A Síntese dos Indicadores Sociais sobre Padrão de Vida e Distribuição de Rendimentos, divulgada pelo IBGE na quarta-feira (3), revela um dado contundente: sem os programas sociais do Governo Federal, a pobreza e a extrema pobreza no Brasil teriam avançado de forma significativa em 2024.
Segundo o instituto, “sem os benefícios de programas sociais, a proporção de pessoas em extrema pobreza subiria de 3,5% para 10,0%, enquanto a pobreza aumentaria de 23,1% para 28,7% da população”. A projeção evidencia que as políticas públicas adotadas desde 2023 foram determinantes para reverter um cenário que poderia ser considerado calamitoso.
Essa é, segundo os técnicos do IBGE, uma das conclusões mais importantes do estudo. Diante da sequência de indicadores positivos registrados ao longo dos últimos meses, o relatório sugere um exercício simples: imaginar como estaria o país sem as decisões estratégicas adotadas pelo atual governo.
O instituto reforça ainda que, além dos programas sociais, o desempenho do mercado de trabalho foi essencial para a redução dos índices. “O maior dinamismo do mercado de trabalho também contribuiu para essa tendência, especialmente na redução da pobreza, mais impactada pela renda do trabalho”, afirma o estudo.
Outro destaque é o papel da Previdência Social. Frequentemente apontada por economistas liberais como fonte de gastos excessivos, ela aparece no levantamento como um dos mecanismos mais eficazes na proteção da população idosa. De acordo com o IBGE, “na hipótese da não existência desses benefícios, a extrema pobreza entre idosos passaria de 1,9% para 35,2%, e a pobreza de 8,3% para 52,2%”.
Os dados reforçam a necessidade de análises responsáveis sobre o orçamento público e suas prioridades. Como afirma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, governar exige escolhas — especialmente quanto à destinação de recursos para o combate às desigualdades e para políticas de desenvolvimento de longo prazo.
Evolução da pobreza no Brasil (número de pessoas):
2012: 68,4 milhões
2019: 67,5 milhões (antes da pandemia)
2020: 64,7 milhões
2021: 77 milhões
2022: 66,4 milhões
2023: 57,6 milhões
2024: 48,9 milhões
A trajetória dos últimos anos evidencia o impacto direto de políticas públicas coordenadas na melhoria da qualidade de vida da população e na redução consistente da pobreza no país.
Destaques do estudo do IBGE
- Entre 2023 e 2024, a proporção da população em situação de pobreza caiu de 27,3% para 23,1%, o que representa menos 8,6 milhões de pessoas nessa condição.
- A extrema pobreza recuou de 4,4% para 3,5%, retirando 1,9 milhão de pessoas dessa faixa de renda.
- Sem os programas sociais, a extrema pobreza teria saltado para 10% da população, e a pobreza para 28,7%.
- A desigualdade racial persiste: 25,8% das pessoas pretas e 29,8% das pardas são pobres, contra 15,1% dos brancos.
- Entre idosos, a ausência de aposentadorias e pensões elevaria a extrema pobreza de 1,9% para 35,2%.
- O Brasil tem a segunda maior desigualdade de renda entre 40 países da OCDE — os 20% mais ricos ganham 11 vezes mais que os 20% mais pobres.
- A pobreza atinge 11,9% dos trabalhadores ocupados, mas chega a 47,6% entre desocupados.
- Em 2024, a pobreza foi maior entre trabalhadores sem carteira assinada (20,4%), por conta própria (16,0%), e nos setores de agropecuária (29,3%) e serviços domésticos (22,9%).




















