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Opinião: “Redes sociais e aplicativos: ferramentas de mobilização política. Talquei?”

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Foto: Lucas Nunes

As redes sociais e aplicativos foram fundamentais na hora de conquistar os votos nas últimas eleições, desbancando as propagandas de TV e rádio como os únicos caminhos até o eleitor. Mas o engajamento dos apoiadores foi o grande protagonista para a vitória nas urnas. Por isso, é fundamental entender o comportamento do eleitor mediante o uso das novas tecnologias e como isso interfere no cenário político.

Um relatório elaborado pelo Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS) e a Graphika, empresa de análise de rede, estudou o comportamento dos apoiadores presidenciáveis no Twitter entre os dias 24 de setembro e 23 de outubro, e chegou à conclusão que, mesmo Haddad e a esquerda tendo mais apoiadores na plataforma, o grupo pró-Bolsonaro e simpatizantes conseguiram dar uma maior visibilidade aos assuntos que favoreciam o candidato do PSL graças a um maior número de conexões. A explicação se deve ao fato da esquerda ter se “isolado” de outros grupos, fazendo com que as informações circulassem apenas entre eles. Por outro lado, os cabos eleitorais do presidente conseguiram transitar em outros grupos políticos por meio de suas conexões, dando maior visibilidade aos conteúdos e influenciando as pessoas a repercutirem os temas. É importante destacar que, apesar da utilização de robôs nas campanhas, independente do candidato, tal fato não foi significativo o suficiente para influenciar nos resultados, corroborando a importância dos eleitores nas campanhas.

Nesse cenário, o comportamento do usuário nas conversas de aplicativos de mensagens instantâneas merece destaque. No Brasil, o número de celulares é superior ao número da população. São 220 milhões de aparelhos contra 210 milhões de habitantes, o que contribui para que o país ocupe o 4° lugar no ranking dos países mais conectados se comparados os números de usuários com acesso à internet no mundo, ficando atrás apenas dos EUA, Índia e China. Segundo um levantamento elaborado pelo Instituto Reuters, quase metade dos usuários brasileiros de WhatsApp, instalado em 97% dos aparelhos, utilizam a ferramenta como fonte de informação. Outro fato preocupante, principalmente para quem trabalha com comunicação política, é o grande potencial de manipulação. Por conta da criptografia das mensagens, não há como rastreá-las, muito menos responsabilizar um usuário por disseminar informações falsas ou caluniosas, por exemplo.

E as conversas sobre política? Os grupos de mensagens instantâneas possuem a seguinte dinâmica: 10% falam e 90% apenas leem ou participam muito pouco. O segundo grupo contribui com menos de 2% das mensagens enviadas aos demais participantes, ficando para essa minoria a centralização dos debates e o poder sobre a informação. Tal conclusão faz parte de um estudo realizado por pesquisadores da PUC Minas e da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), que chama atenção para o pouco tempo que as pessoas têm para filtrar e avaliar as mensagens, sendo mais vulneráveis a acreditar em conteúdos falsos.

Cabe destacar que o aplicativo tem vantagem competitiva se comparado a outros do mercado em virtude dos acordos comerciais com as operadoras de telefonia. Em algumas delas, a troca de mensagens nos smartphones é gratuita, ou seja, não consome o pacote de dados do usuário. Portanto, se uma pessoa receber um link e não tiver como consultar a informação, poderá se contentar com a mensagem transmitida sem pesquisar a veracidade daquele conteúdo.

Dentro desse contexto, o envolvimento dos eleitores com as propostas será fundamental para o desempenho nas urnas. Quem não se conscientizar dessa realidade, já está atrasado para 2020.

Nicola Helayel é jornalista formada pela Anhanguera Educacional, formada em Administração pelo IBMEC, especialização em Mercado Financeiro pela Ambima e, atualmente, cursa pós-graduação em Comunicação Pública.

* As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores e não refletem, obrigatoriamente, a opinião do site e jornal. As colunas e artigos de opinião são de colaboração espontânea, sem vínculo empregatício.

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