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Professor da UFF alerta para o risco de apagão em 2021

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Estudos desenvolvidos por cientistas da Universidade Federal Fluminense (UFF), apontam que se não houver medidas que incentivem o menor consumo de energia, ainda no mês de janeiro, a população brasileira pode sofrer com o racionamento a partir do mês de agosto.

De acordo com o professor e coordenador do curso de Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da UFF e doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Márcio Cataldi, as perspectivas hídricas para os próximos meses são ruins.

“Os parques hidrotérmicos conseguem ter a manutenção de energia, em momentos de baixa hídrica entram em operação as usinas termelétricas, que utilizam combustíveis fósseis, mais caros e poluentes. Com a escassez de chuva, os níveis de água dos reservatórios das hidroelétricas podem prejudicar o fornecimento de energia. Estudos mostram que as vazões vem sendo muitas baixas há cerca de 15 anos, com solos mais secos e com pouca vazão e a previsão para os próximos meses é de pouca chuva”, explicou.

Segundo os estudos, o armazenamento está em apenas 20% na região sudeste. Se o período úmido terminasse esse mês, não haveria armazenamento suficiente para suprir a geração de energia. “É necessário de 45 a 50% de armazenamento no sistema inteiro, contando com sudeste, norte e nordeste para atender o período seco. As previsões mostram que o mês de janeiro será ruim para essas bacias”, disse.

“Janeiro é o mês com maior média de chuvas, mas devido a alguns fatores meteorológicos a vazão deve chegar a no máximo 22% e, com isso, seria necessário que os meses de fevereiro e março chovam muito para suprir essa necessidade, mas os indicativos mostram que não teremos essas chuvas”, completou.

De acordo com Cataldi, a mudança da bandeira tarifária pela Agência Nacional de Energia Elétrica pode ter sido equivocada. “A Aneel mudou a bandeira de vermelha para amarela e sinalizou que teríamos uma melhora nas bacias, mas do ponto de vista científico isso não é verdade, o que foi previsto já está acontecendo, que é a falta de chuvas”, disse.

O nível de armazenamento não depende apenas da chuva, mas também do uso da água. O problema começa a ocorrer a partir de abril, quando começa o período seco. Investimentos em menor consumo já deveriam estar acontecendo, segundo o especialista.

“Olhando a perspectiva de anos anteriores, não chegaremos a 40% em abril e pode ser que a necessidade de racionamento ocorra antes até de agosto. Para minimizar esse impacto seria necessário investir em estratégias que incentivem o menor consumo de energia, como as bandeiras tarifárias mais caras para aqueles que consomem mais e um bônus para os que menos consumirem, caso não aconteça isso podemos viver um período de racionamento severo de energia”, apontou Cataldi.

Cerca de 20 especialistas trabalham diretamente no projeto, que conta também com apoio do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

O Ministério de Minas e Energia (MME) informou que, por meio do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), tem acompanhado as condições hidrológicas no Sudeste / Centro-Oeste e Sul. Desde outubro de 2020, as reuniões do comitê passaram a ser semanais visando discutir mais tempestivamente as estratégias a serem adotadas, de forma a preservar o devido fornecimento de energia elétrica aos consumidores.

De acordo com o MME, desde então, foi identificada a necessidade da adoção de medidas excepcionais, que têm garantido o pleno fornecimento de energia elétrica e a melhor gestão dos recursos hidrelétricos. O ministério destacou que, com relação a essas medidas, pode-se destacar o emprego complementar do parque gerador termelétrico, incluindo as usinas a gás natural liquefeito, com iniciativas para a superação de limitações de combustível; a importação adicional de energia elétrica da Argentina e do Uruguai, sem a substituição de usinas termelétricas no país; e a flexibilização de restrições hidráulicas, tema que vem sendo conduzido em parceria com instituições como a Agência Nacional de Águas (ANA).

O MME ressaltou ainda que tem atuado para garantir a expansão dos parques geradores de energia elétrica e, também, dos sistemas de transmissão, que possibilitam o escoamento da energia pelo país. Em 2020, a expansão já totalizou mais de 4 GW de capacidade instalada de geração e 6 mil km de linhas de transmissão, contribuindo para o aumento da robustez do sistema elétrico brasileiro.

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