Agentes da Polícia Federal cumpriram, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (26), mandados de busca e apreensão. Dentre os locais visitados pelos policiais estão o Palácio Laranjeiras, residência oficial, e a casa particular do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Há equipes também em outros pontos da cidade, como na residência de Edmar Santos, ex-secretário de Saúde, em Botafogo.
A Operação Placebo tem por objetivo apurar indícios de desvios de recursos destinados ao combate à pandemia do novo coronavírus (covid-19) no estado do Rio. De acordo com a Polícia Federal, Witzel e a esposa, Helena, são investigados.
Dez mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos no estado do Rio, e outros dois em São Paulo. Todos foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Equipes da PF de Brasília vieram para deflagrar a operação.
Segundo a PF, as investigações indicam a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada, a IABAS, para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado do Rio.
O ex-subsecretário de Saúde Gabriell Neves, que está preso, e a própria IABAS também são alvo de busca e apreensão. Equipes da PF estão no apartamento de Gabriell e nos escritórios da OS no Rio e em SP. A sede da Secretaria de Estado de Saúde, no Centro do Rio, também foi alvo dos agentes.
Vale lembrar que a organização social foi contratada pelo governo do RJ por R$ 836 milhões para a construção de sete hospitais de campanha no estado. Apenas um foi entregue até o momento.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro ainda não se pronunciou sobre a operação.
Confira a nota da Polícia Federal:
“Brasília/DF – A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (26/05), a Operação Placebo que tem por finalidade a apuração dos indícios de desvios de recursos públicos destinados ao atendimento do estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus (COVID-19), no Estado do Rio de Janeiro.
Elementos de prova, obtidos durante investigações iniciadas no Rio de Janeiro pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Ministério Público Federal naquele estado foram compartilhados com a Procuradoria Geral da República no bojo de investigação em curso no Superior Tribunal de Justiça e apontam para a existência de um esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Estado do Rio de Janeiro.
Estão sendo cumpridos 12 Mandados de Busca e Apreensão nos estados de São Paulo/SP e Rio de Janeiro/RJ. Os mandados foram expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça – STJ.”
*em atualização