“Eu quero ele preso e justiça nesse país. Ninguém aguenta mais! Não quero que uma mãe sinta essa dor que eu sinto”. Esse foi o relato emocionado que Márcia Maria Mota, mãe da jovem Vitórya Melissa Mota, de 22 anos, morta esfaqueada no Plaza Shopping em 2 de junho de 2021, deu com exclusividade ao ErreJota Notícias. O desabafo aconteceu após saber que permanece preso Matheus dos Santos da Silva, acusado de matar sua filha. A Justiça negou o pedido da defesa do réu para a liberdade do homem, que responde por feminicídio.
Matheus foi preso em flagrante ainda dentro do shopping onde cometeu o crime. A juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, decidiu por manter o acusado preso. Na decisão a juíza explica que “não houve qualquer alteração da situação fática, permanecendo íntegros e inalterados os motivos que justificaram a decretação da custódia cautelar”.
“Só vivo deitada, com depressão e parece que foi ontem que aconteceu tudo isso. Todos os amigos podem só lembrar, mas eu não. A mãe sente uma dor na alma”, contou Márcia.
O acusado nutria um amor platônico pela vítima e ao perceber que sua paixão não era correspondida, comprou uma faca, no próprio shopping e esfaqueou a jovem. As imagens do feminicídio foram difundidas na internet e chocaram as pessoas.
“Não acreditaria nesse país se ele fosse solto. Como dar a liberdade? Eu não desejo isso para ninguém, nem para meu maior inimigo. Quero ele preso! Pagando aos poucos. E essa conta é entre ele e Deus”, desabafou Márcia.
Matheus seria submetido a júri popular e o julgamento seria em dezembro passado, mas a juíza adiou, para esperar uma perícia sobre a sanidade mental do acusado. A defesa do réu emitiu um laudo que Matheus sofre de transtorno mental, assinado pela psiquiatra Sandra Greenhalgh.
Márcia ainda comentou sobre esse laudo. “Se eu fosse mãe do Matheus eu dizia: ‘meu filho eu te amo, mas eu quero que você pague’. Eu tenho oito filhos e eu ia ter essa postura”, pontuou.
Vitórya foi atacada por Matheus na praça de alimentação do shopping no dia 2 de junho de 2021. Ela levou diversas facadas, foi socorrida ainda com vida mas não resistiu aos ferimentos e morreu no Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal) no Fonseca. Ele foi detido por pessoas que estavam na praça de alimentação. A família da vítima recebeu, na época, apoio da Coordenadoria de Direitos da Mulher (Codim).
Na época, algumas manifestações em solidariedade à vítima foram feitas em Niterói e em São Gonçalo.